sexta-feira, 12 de abril de 2013

Capítulo 1 (Caso de mulher)


Capítulo 1 (Caso de mulher)



- Mas agora, na ansiedade que tu ta, tenho certeza que tu vai contar os minutos, depois disso, agora tú tem relógio, me fez comprar esse tal de Champion que troca pulseira só porque teu irmão ganhou um, invejoso que só.
-Eu não obriguei  a nada, só falei que tinha vontade de ter um Champion também.
-Tú é mesmo invejoso Netinho, quando eu ganhei minha primeira calça comprida,tu ficou um mês chorando pra Nai comprar uma pra tu também, naquele dia na presa,tu pulou dentro d’água de roupa e tudo, só pra não ser muler de padre e ser o primeiro a cair. Eu to sempre na tua frente em tudo, e tu só sabe me invejar.
- Para seu nojento, eu vou te quebrar a cara!
-Para com isso vocês dois, se eu pegar a bainha de facão, aí sim vocês vão ver o que é bom pra tosse.
- Não sei se eu vou pra rua montado em Gaucho, ou se pego a mula de papai, não sei porque ele deixa essa mula aqui, se o tropeiro precisa dela pra trabalhar todo dia.
-Tú se preocupa demais,ele deixa a mula aqui,por que tu só tem um burro, pra quando tu precisar, tem mais uma opção, depois, não é melhor Manezinho vir aqui pegar a mula, do que tu ir lá em baixo buscar?
-Bom, eu vou deixar ela dormir presa porque amanhã ela pode ir lá pra cima do pasto, e eu vou ter que ir de madrugada buscar ela com o capim molhado.
-Melhor mesmo, pega umas mandiba e deixa perto dela, pra ela não amanhecer com fome.
-Vamos Carlo pegar a mula?
-Ah Rose,por que tu não chama Netinho
-Netinho vai no relique buscar mandiba, tu quer ir e ele ir buscar a mula comigo?
-Sozinho? Não acredito que eloe vai buscar mandiba sozinho lá naquele fim de mundo,medroso do jeito que ele é, vai sair correndo quando um coelho se mexer no mato, pensando que é a visagem de Belisário, Rs.
-Tú não sabe falar outra coisa que não seja assombração não? Pega uma madioca e uma corda debaixo do assoalho, vamos logo que vai escurecer daqui a pouco.
-Eu dei foi sorte, tava pegando as mandibas da beira da estrada,quando adivinha quem vinha de lá pra cá? Pombo, ele ia comprar querosene budega do véi janune, eu pedi pra ele me ajudar e ele trouxe as mandibas quase todas pra mim, sou mesmo um cara esperto.
-É! E eu me enchi de carrapato correndo atrás da mula no meio do capim.
-Pois é, quem tem a unha maior, sobe na parede.
-Não vejo a hora das férias acabar,pra gente ir logo pra Ibirataia, e acabar com isso.
-Parece que a chuva foi embora, o céu ta limpando, e, já vejo o sol se escondendo pra lua chegar.
-Mas esse discunjuro dessa chuva, fez muita lama, mesmo montado, vou levar o maior tempão  pra chegar em Itamarati.

Fom fom. Fom fom.
-Ô Nai! Ô Nai.
-Nai, é o caminhão de Renato buzinado lá em cima, ele ta te chamando.
-Oi Renato, o que foi?
-Tem um saco de feira que rose mandou eu trazer lá cá em Nirde, ele mandou dizer, que não vai vir hoje não, porque tem que ir em Ibirataia.
-Ele falou o que ia fazer?
-Não, só falou,que amanhã vinha pra embora.
-Té viu jeito de Nem ta em Itamarati?
-Tava sim, ele ainda me ajudou a arrumar a picape de Viriato que quebrou o arranque.
-Tá bom Renato, eu já sei o que aquele sem vergonha foi fazer em Ibirataia, ele foi atrás de rapariga, quando ele chegar, a gente vai ter uma conversinha.
-Tú fica falando isso de Rose, rose tem lá cara de quem anda atrás de rapariga?
- Hum, tu não sabe da missa o terço Del, uma vez, quando a gente tinha o jipe ainda, era seta feira, a gentre tava indo pra Ibirataia, e na estrada, Nem resolveu parar pra tomar banho, nisso, eu sai do carro, e comecei a cortar vassoura na beira da estrada quando ouvir um zum zum zum...
-Então Rose, larga de ser besta, tu ta novo ainda pra ficar com um a mulher só, faz o seguinte, pega a Bíblia e diz a Nai que vai pra igreja Betania, passa na casa de Madalena, deixa a Bíblia e desce até lá em casa, o carro vai ta comigo mesmo, a gente cai na gandaia, tem umas meninas novas que chegou no carrapato, tu vai se dar bem.
-É mesmo né? Mas se ela descobrir que eu não to indo pra igreja e indo pro carrapato?
-Quem é o homem naquela pinóia daquela casa? É tu ou Nai? Dá o grito de guerra e pronto.
-Eu to ouvindo seu sem vergonha, se eu soubesse dirigir, os dois aiam andando agora até ibirataiz,mas infelizmente, eu não sei, por isso, trata logo de vestir essa roupa, e me leva pra casa, e tu Rose, não sei onde to, que não te deixed aqui agora, mas vai em cima, no banco de traz do carro, não quero nem olhar pra tua cara.
...Aquele sem vergonha do Nem, tava pondo rose no mal caminho, tem uma rapariga lá que chama Zilda, que me falaram que ta grávida, e o filho é de Rose, por isso que ele foi pra Ibirataia, tenho certeza que Nem veio buscar ele, ele deve ter ganhado neném.
-Tú ta fantasiando isso Nai, Rose é lá homem de arrumar rapariga?
-Filho de peixe, peixinho é Del, a véa dominga é quem sabe o que sofreu com o véi Braulino, acho que por isso, que morreu antes do tempo.
-Ôpa, lá vem história de vovô de novo, vamos sentar que a sessão da tarde começou. Conta Nai, tenho certeza que isso vovô não vai contar pra gente, ele é cheio das moral.
-É eu também me interessei agora.
-Ah! Eu não sei contar nada, Alice era quem contava essas histórias, dizia que quando os meninos eram pequenos...
-Dominga, esse meninos não podem crescer assim não, sem saber ler nem escrever eles precisam de uma professora, ouvi falar,que tem uma moça lá na Grisa, que dá aula particular.
-Então Braulino, tu faz o seguinte, agora que a situação ta melhorzinha, vai lá,conversa co, ela, e ver se ela não vem dá aula aqui em casa, os meninos precisam mesmo aprender ler e escrever, fazer conta, eles fazem muito bem, Vade já sabe até passar troco, outro dia, querino veio comprar um querosene aqui da dispensa, ele atendeu e passou o troco certinho.
-Amanhã mesmo vou na Grisa falar com ela, se ela aceitar, já trago ela comigo.
-mas tu vai tgrazer pra morar aqui em casa coma gente?
-Oxente, ela dorme naquele quarto da sala junto com Zilda mas Nália, não tem problema nenhum.
-Tú que sabe, não quero briga com os meninos.
-quem vai se atrever a briga com visita aqui em casa? eu quebro no pano   de facão.
-Tú também só sabe agir na brutalidade.
-Eu sou o dono da casa,aqueles moleques não fizeram nada aqui, eu fiz tudo sozinho, e ainda to fazendo, vou dar estudo pra eles, pra não ficarem burros,mas vão ter que trabalhar, se quiserem alguma coisa.
... No outro dia, vai o véi Braulino pra Grisa, buscar a tal professora,mas deixa lá,que era uma rapariga dele.
-Que véi safado, trouxe duas mulheres pra mesma casa.
-É, a véa dominga não sabia,até que um dia...
Clap, clap, clap
-O que é isso Braulino?
-Mosquito não ta vendo?
-Tá bom, mosquito, e por que esse mosquito ia ta logo em cima de Martina?
-Não dona Dominga, eu que me assustei, pra não acrodar Zilá mas Nália, fiquei soluçando baixinho, aí seu Braulino ouviu e veio mata o mosquito pensando que era nas meninas.
-conta esse caso direito sua vagabunda, tu vem pra dentro da minha casa tomar meu marido, depois fica aí de safadeza dizendo que minhas filhas tão dormindo.
TABEFE
-Vagabunda  não, ela é minha convidadada.
-para seu Braulino, bate nela não, pelo amor de Deus.
-Papai, papai, o Sr. Ta batendo em mamãe por causa da professora, faz isso não, pelo amor de Deus.
-Snif, eu vou embora daqui agora mesmo, vou dormir na casa de Janune, amanhã pego a estrada.
-Não mamãe, a senhora não vai embora não,quem vai embora, e agora mesmo,é essa vagabunda, Zilda, me ajuda a pegar os troço dela e jogar no terreiro.
-Ningujém vai embora coisa nenhuma, o dono da casa aqui sou eu, vi todo mundo dormir agora mesmo, dominga, já pro teu quarto, eu vou na mata olhar a armadilha que fiz pra suçuarana e volto cedo, acorda Roze, Vade Jaime e Dió bem cedinho, amanhã quero todo mundo na labuta pra gente terminar a plantação daquele roçado,não aconteceu nada aqui hoje.
-Sua vagabunda, mamãe apanho na cara por tua culpa, vai embora daqui agora mesmo, se tu contar pra papai, a gente te afoga no rio da jacubm então,vê se tu some, entendeu, some, não deixa nem um rastro prá trás, amarra um chicote no rabo, pra apagar teus rastros.
-entendeu o que Zilda falou? Ou vai quere que eu quebre tua cara antes de tu sair.
-calma, calma , já to indo.
-O que aconteceu aqui meninas? Que fuzuê foi esse? Vade é o seguinte aconteceu isso, isso e isso, vai atrás daquela vagabunda, porque papai saiu pro mato, e a gente ta desconfiada que ela vai encontrar ele por lá.
-vou mesmo, se ela for se encontrar com papai, eu não deixo, pego ela antes e dou uma surra, pra onde papai foi.
-Não sei, ele falou que ia ver a armadilha da suçuarana.
-que armadilha da suçuarana, aqui nem tem suçuarana, ele de vê é ter combinado com ela essa história pra se encotrarem, vou logo logo atrás daquela cachorra, vou chamar Jaime pr air comigo.
-Merda, ta muito escuro, onde é o caminho da armadilha, Braulino falou pra eu ir pra lá se acontecesse alguma coisa que ele tava me esperando.
-Jaime, quieto, eu acho que ouvir quebrar um galho de mato por ali.
-eu também, olha, o mato ta se mechendo, será que é ela?
-Tú ta indo pra onde sua vagabunda, vai encontrar papai onde? As meninas não falaram pra você se escafeder?
-calma Vade e Jaime, eu não tive culpa, foi o pai de vocês que me botou nessa enrascadam eu juro que não queria vim pra casa de tua mãe, mas ele insistiu, pelo amor de Deus, me deixa ir embora.
-Se tu não queria, por que ta indo atrás dele?
-Eu ensinei vocês a ler e escrever, não tenho um conto pra ir embora, queria que ele me desse algum dinheiro.
-Pois bem, tu não vai ter dinheiro nenhum. Some daqui e não aparece nunca mais, senão, quem vai te pegar é a gente.
...Depois daquele dia,nunca mais ninguém viu a professora, até saberem a notícia, que ela tinha casado com um homem que trabalhava na firma com Didiu.

domingo, 7 de abril de 2013

Capítulo 1 (não terminado)


 Capítulo 1



-Misericórdia, esse discunjuro dessa chuva não vai parar mais.

-Oxente Rose, para com isso homem, a chuva é Deus quem manda, não adianta reclamar. Se reclamar ou não, não vai fazer parar de chover.

-Te discunjuro viu, quero ver como vou pra rua no domingo, essa semana vai ficar todo mundo com fome,comer jaca e aimpim, papai vai ficar zangado, mas vou pegar peixe na presa dele.

-Tú vai é caçar briga, o véi Braulino mata qualquer um por causa daqueles peixes, outro dia, ele deu uns panos de facão em Xoxo,que o neto do coração dele, imagina o que ele vai fazer contigo.

-Nai, sábado a gente vai pra sede, vovô vai terminar de contar a história dele pra gente.
-Que história?
-Eu quis saber como ele ficou rico, aí ele começou a me contar como ele conseguiu o que tem hoje.
-Mas!!! Ele contou que ser perdeu na mata, e, uma caipora deu comida pra ele uma semana?
-Não,conta.
-Ele tava na mata serrando, aí...

-Jiló, vou ali fazer uma coisa que ninguém pode fazer por mi.
... Jiló ouviu assim que ele saiu, os gritos da caipora,”aiscô, ainscô...” E, como era medroso, fugiu e deixou ele sozinho na mata.
-Quer fumo caipora?toma fumo caipora...
-Ele conta, que oferecendo fumo pra caipora, ela fica mansa, e cuida de quem ofereceu.

-Eu não acredito nessas coisas, tenho medo, mas não acredito, esse negócio de lobisomem, mula sem cabeça, essas coisas pra mim é tudo mentira.

-Quem disse que é mentira, eu mesmo briguei com um lobisomem uma vez...

... Eu vinha do rio do braço, quando tava descendo a ladeira de Lurdes, ouvi um grunhido, quando eu olhei pra trás, vi aquele bichão correndo atrás de mim, quanto mais eu corria, mas aquele bicho corria, deci  pro lado da casa de farinha de Rafael, e,quando cheguei lá, peguei um rodo, e comecei a bater naquele bicho, o dia já ia clareando, ele começou a ficar rouco e saiu correndo no sentido da firma...

... outro dia, Arlindo tava na olaria fazendo tocaia pra um tatu, quando ele viu, um lobisomem tava vindo de dentro das mandioca, ele se ficou escondido e viu o lobisomem ir em direção ao Relique, daí, a gente começou a pensar, que é Fulô que ta virando lobisomem nas noites de lua cheia, o que eu vi, tenho certeza, que é Tiofe, a própria Beata quem Poá a boca no trombone que ele ta virando lobisomem... Isso sem falar na mula de padre, Cidercino de uma surra de pano de facão em uma um dia...
-Essas coisas não existem, isso se chama “LENDA”, sabe o que é uma lenda? é uma história que parece verdade,mas não é, parece que existiu,mas nunca existiu, essa região é cheia de lendas.
-Rose, amanhã tu vai montado pra Itamarati, mesmo se parar de chover,não vai ter carro, as aulas já vão começar semana que vem, eu preciso pedi pra Dedê arrumar a casa, porque não quero chegar lá, e encontrar tudo  fedido a mofo e com merda de cheio de merda de mocego, já era pra tu ter arrumado aquele telhado, uma casa nova,cheia de morcego...
-Lá em casa ta parecendo a casa da bruxa madame Mim da revista do tio patinhas, rararararara...
...Mas mesmo com essa chuva, de tarde vou pra sede, quero que vovô conte todas as histórias, vou perguntar sobre a história da caipora Tb.
-Seria melhor se não tivesse chovendo NE? A gente vai sair debaixo de chuva lá pra sede, só pra ouvir histórias pra boi dormir?
-Cara! Eu não te chamei,se tu quiser ir vai, se não quiser,fica aí dormindo com as assombrações.
-Deus me livrem uma vez, eu vi uma mão acenando pra mim do lado de fora da janela, eu corri pra cozinha, quando chegou lá, a mão tava novamente do lado de fora da janela, nunca mais... Eu ficar sozinho aqui...
- Carlinho, tu é mentiroso pra caramba,vai querer que eu acredite nisso.
-Uma vez, antes da gente ir morar em Ibirataia, eu tinha uma máquina de costura ELGIN.
-Eu lembro da máquina.
Tava lá fora na sala costurando, Rose tava deitado, vocês eram tudo pequeno, Romilda nem andava ainda, tava todo mundo fazendo barulho no assoalho, quando dirrepente, eu ouvi o barulho de prato caindo na cozinha...

-Essa mulher, mulher não toma jeito, tu tinha que deixar a bacia cheia de prato em cima da mesa!

-Eu não deixei os pratos em cima da mesa não, nem lavei pratos agora a noite, vou lá ver o que aconteceu.

-Tomara que não tenha quebrado tudo, a gente já ta sem ter muita coisa, ainda o que tem, tu faz o favor de deixar quebrar.

-Oxente, não tem nada aqui Rose, eu não te disse, os pratos tão tudo em cima da mesa junto, não tem nem um copo quebrado.


Uuauuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! (um grito estrondoso de apavoramento).
-Socorro Nai, Rose ta morrendo, socorro..
-Uauuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

...Rose tinha mudado de tudo o comportamento, as feições do rosto, ficou horrível....
-Eu te mato coisa ruim.

-Calma Rose, o que ta acontecendo?

... ele lutava sozinho, como se tivesse brigando com alguém...
-Eu te mato diabo, eu consigo te matar,tu vai ver só.

-Socorro Cidercino, corre aqui, vem me ajudar, Rose teve um negócio aqui, e parece que ta possuído, vem me ajudar.

-O que ta acontecedndo aqui, rose, rose, fica queto, com quem tu ta brigando?

...Você começaram logo a chorar e a gente prendeu você num quarto...
-Larga a mãe dele Cidercino, vamos fazer alguma coisa diferente, pega a corda e amarra ele.

-tem que fazer isso mesmo, eu não to agüentando, não sabia que Rose era forte assim.

... Cidercino pegou uma corda debaixo do assoalho e, jogou um laço e amarrou Rose, como se amarra uma vaca pra tirar leite, foi quando ele não conseguia mais se mexer, aí foi parando, parando e se acalmou, quando ele voltou a si, não se lembrava de nada que tinha acontecido.

-E tu quer que eu acredite nessa história.

- Tú não precisa acreditar,é até melhor que não acredite, assim, não fica com mal impressão do teu pai.

-Mas eu acredito, é que Netinho, com essa gíria de gente da cidade,não acredita em nada.

-Não é que não acredito em nada,é que história de assombração... isso tudo é balela, eu nunca vi,no dia que eu ver, eu acredito.
- Ô de casa!
- Entra Jeremias, o que tu vem fazer aqui nessa lama?
-Bom dia rose, vir trazer um recado de seu Braulino, ele falou, pros meninos não irem hoje lá pra sede não, pois ta muito chovendo, e, no sábado que vem, ele termina a história, você ainda vão passar essa semana aqui na roça né?
-Vamos sim, a gente vai embora quarta feria da outra  semana.
-Então eu vou dizer a ele. Deixa eu me ir, até logo.
-Não vai nem tomar um café?
-Não, eu ainda tenho que ir na firma comprar uns negócios, não vou pra rua amanhã.
-Tudo bem, até logo então.
- Pronto! Tu não queria ficar em casa seu cara de galo choco, agora melou, a gente não vai mais pra sede hoje, e se daqui pra semana que vemeu morrer,vou morrer sem saber o resto da história.
-conversa feia menino, ninguém vai morrer coisa nenhuma,e,uma semana passa rapidinho.
-É,mas tu lembra que no ano passado, a gente tava sem relógio e ficamos aqui nesse canto,sem contato com ninguém lá de baixo da sede, nem de outro lugar, a gente se perdeu no tempo...

sábado, 6 de abril de 2013

Introdução

INTRODUÇÃO


- 120 sacas de 60 quilos, é o suficiente  nesse caminhão, melhor sair mais cedo, pois vai chover e, a ladeira do jacarandá não sobe nem jipe quando chove, você não vai querer dormir na estrada pra roubarem meu cacau.
- Chover hoje? Mas nem que a vaca tussa, cai um pingo de água hoje, mas como o senhor é o dono, minha obrigação é obedecer.
- Muito bem, por isso que eu sempre peço a Godofredo, que mande tú e não outro buscar meu cacau, tú sabe puxar o saco direitinho, deixa quieto, que no fim do ano, tú também tem uma participação nas minhas gorjetas.
- Obrigado! Se eu não puxar o saco de quem pode, vou puxar de quem?

- Mas vovô, 120 sacas de cacau não era muito pra um caminhão F4000?

-  não, era um caminhão novo, Godofredo sempre me dava preferencia, logo cedo mandava buscar meu cacau, e, em junho, tinha que aproveitar a estiagem, ainda tinha muito cacau pra ser levado pra Itamarati.

- então, tinha mais cacau sem ser aqueles?

- Claro, tinha uma estufa esfriando, outra secando e o coxo tava cheio de cacau mole, sem contar o que tava no canto pra ser ensacado, era começo de junho, a safra tava começando, e, até que viesse a vassoura de bruxa...

-Conta como o senhor ficou rico vovô.

-Eu não sou rico, rico é Maneca Libanio, Clóvis, Mil...

- Mas quem tem uma fazenda como a sua, 120 sacas de cacau de uma viagem só, todo mundo respeita, ah! Pobre é que não é.

- Mas um dia eu fui pobre, muito pobre, agradeço a Maneca Libanio, tudo que tenho.

- E como o senhor conseguiu?

- com muito trabalho, muito trabalho. Eu era quase moleque, nasci em 1909. Em 1925 tinha 16 anos, conheci Domingas naquele ano, como queria casar com ela, resolvi trabalhar sozinho, sem esperar meu pai me pedir pra fazer alguma coisa, tinha um irmão de meu pai, que era serrador, pedi pra ele me ensinar a serrar, naquele tempo, era comum casas de madeira, com o piso de assoalho, paredes de assoalho (tabuas) naquela região, então, pegamos um traçador (Serrote para serrar madeira bruta, onde eram preciso duas pessoas) e fomos pra mata, uma semana, somente uma semana, e eu já sabia usar o traçador, e ainda mais, ensinei tio Isildo a usar sozinho..

-Como? Se o traçador só podia ser usado pro duas pessoas?

- Acontece, que a gente tava em três pessoas, o Tio  Isildo me levou, pra me ensinar, pois ele já tinha uma pessoa que serrava com ele, como eu tava aprendendo, e vi que não era tão difícil como imaginava, improvisei uma quarta pessoa.


– Tio, já passamos dois dias inteirinho eu aqui só observando vocês serrarem e anotando tudo que o senhor tá falando,amanhã, eu quero serrar também.


-De jeito nenhum, amanhã teu pai vai vir com o boi, pra carrear as talbas, e precisamos serrar pelo menos 100 até sexta feira.

- É tio, se o senhor me ajudar a fazer uns estripulia, até sexta feira, vai ter 150.
-Que estripulia? Muleque, tú não vai me aprontar aqui na mata, teu pai vai te dar uma surra amanhã mesmo.
-Tio , prestei atenção, que só o senhor põe força no traçador, Jiló só serve pra segurar e manter o traçador fixe (firme), então, se a gente fincar duas verga (colunas) na terra, e amarrar a barra do traçador neles com um cipó de aimbé, a gente pode ter até três traçadores trabalhando ao mesmo tempo, um pro senhor, outro pro Jiló e um pra mim.
- É! Já andei pensando nisso (O tio Izildo, nunca queria tá atrás de ninguém), mas acho Jiló muito burro pra traçar uma madeira sozinho, em todo caso, vamos levantar mais cedo amanhã, pra não perder muito tempo.

-Levantar cedo na mata, era madrugar mesmo, a gente não tinha como ver as horas se a lua tivesse cheia, a gente quase não dormia.

-Levanta Braulino, o sol já tá alto, a gente tem que fincar as estacas no chão.
-Tio, eu nem preguei os olhos.
-Não interessa, tú deu a ideia, agora tem que fazer funcionar, olha pro céu, o sol tá alto.


-Era lua cheia, a lua tava tão bonita, que a claridade entre a folhagem das árvores, fazia parecer o brilho do sol amanhecendo.


- tá bom, vou passar uma água no rosto pra espantar o sono, Jiló, tá na hora.(depois de lavar o rosto) O senhor já cortou as estacas?
- Vambora cortar dois pés de paus(duas árvores) que tem bem ali, a gente tem que abrir uma outra clareira pra ter espaço pra tu trabalhar, ela tem que ser maior, pois andei sonhando, e, se der certo, a gente usa o mesmo apoio pros dois traçadores, o Jiló só vai ajuntando as talbas.

-Onde conseguiram o outro traçador? Não vai me dizer, que já tinham se prevenido que o Sr. Ia serrar sozinho?
-Tio Izildo era um homem prevenido, ele sempre tinha uma coisa de reserva, tinha até uma mulher de reserva (RS) com filhos de reserva e tudo, mas não vou falar disso. Ao invés de fazer uma clareira maior, aumentamos a que já tava pronta, no lado onde o Jiló segurava o traçador ( e prendia nesse mesmo lado), montamos as vergas e adaptamos pra ser usada com os dois traçadares. A primeira madeira que eu cortei sozinho, ficou a coisa mais linda do mundo, normalmente, uma talba media 20X2 cm,a minha mediu alguma coisa entre 15 e 25 cm do começo ao fim e, afinava toda hora, chegando a quebrar numa parte. Meu tio não ficou nervoso.

- É assim mesmo, minha primeira madeira sozinho, eu acertei porque o serrador tava do outro lado, quando ele via que eu ia errar, ela forçava o traçador, vamos ver a próxima, presta atenção, que a que eu serrei, ta certinha, acho que vou dinimuir o salário do Jiló, ele ta trabalhando menos.

- Meu tio serrou mais uma árvore todinha sozinho, e eu olhando(observando), a parti daí, ele pegou de um lado e eu do outro, já ia caindo a tardinha, meu pai ia chegar com o boi no outro dia, eu me esforcei, não foi fácil, mas consegui fazer as talbas direitinho só que ao invés de ter 150 talbas,tinha um pouco menos quando meu pai chegou, bem menos. Mais também (porém), meu pai ficou surpreso.

- Ô Izildo, eu não tinha carreado todas as talbas semana passada? De onde vieram essas?
- é que contratei um novo serrador Ilário, a produção vai aumentar, começa a carrear o que der, mas na outra viagem, arruma mais um boi.

-E foi assim por quase um mês, mas na hora de pagar o meu trabalho, tio Izildo deu um pulo pra trás e falou,que eu tava aprendendo, não tinha que receber nada, ele faturou quase o dobro do faturamento do mês anterior, e eu... eu fiquei sem nenhum centavo,só pela comida que gastei na mata, o Jiló que era apenas um ajudante, ganho o que tinha sido contratado, foi aí que eu me danei, na mesma hora decidi, que ia trabalhar sozinho, chamei o Jiló e fiz a ele uma proposta, lhe propus uma sociedade, onde ele entrava com o traçador, no caso dois e a gente serrava a madeira meio a meio,no mês seguinte, eu pagava o traçador pra ele,e a gente continuava trabalhando.

- Mas Braulino, onde a gente vai serrar? Izildo não vai deixar a gente serrar na clareira dele, outra coisa, onde a gente vai vender as talbas? Quem vai carriar pra nós?
-se preocupa não Jiló, ouvir falar, que pros lados de Algodão, tem madeira suficiente pra todo mundo, tão serrando na região, e vendendo pra Tesouras,Gandú e Itamari, quer ir pro lado de lá comigo?
- Tú conhece alguém em Algodão?
- Tem uns parentes de domingas que mora prá lá, e, depois dessa semana, todo mundo já sabe que tem um serrador novo, papai cuidou de espalhar que eu tava serrando sozinho, a gente começa a trabalhar e quando tiver madeira suficiente, a gente chama papai pra carriar pra nós.
-É isso aí, vou ser um serrador de verdade.

- Jiló, era um rapaz de uns vinte anos, meu Tio tinha conhecido ele na feira, uns dez anos atrás, ele tava perdido, e, foi levado pra casam quando encontrou a família, descobriu que não tinham condições de cuidar dele, aí, resolveu deixar ele com meus avós. Nós dois fomos pra região de algodão, quando chegamos lá, procuramos a família de Domingas, que me deu apoio, e, no dia seguinte, já tava indo procurar a mata pra serrar, trabalhei na região por uns dez anos, quando conheci Maneca Libanio, minha vida começou a mudar.

-Mas nesses dez anos, o que aconteceu?

-A gente foi serrar numa mata entre algodão e Ibirataia, era mata bruta naquela época, a gente saia de casa segunda feira e voltava sabe lá quando, lembro, que uma vez choveu bastante, mas a gente tinha que ir trabalhar, tinha que atravessar um rio, e por causa da chuva, o rio encheu muito, a correnteza ficou forte, pra gente passar no rio, precisou jogar uma corda do outro lado com um pedaço de madeira amarrado nela e torcer, pra acertar numa raiz w fica agarrada, justamente como aconteceu, amarramos a corda dop lado de cá, tiramos nossa roupa, colocamos em cima do traçador, colocamos o traçador na cabeça e passamo pelado no ria, coma a água dando quase no pescoço, com uma mão segurava o traçador, e com a outr na corda, pra correnteza não levar a gente, chegando do outro lado, não conseguimos pegar a corda deixamos ela ali mesmo, e fomos trabalhar, trabalhamso duro até o rio baixar e voltar pra casa, tinha tanta madeira, que era perigoso deixar sozinha ali, o que a gente fez? Combinamos d eum vir buscar o acrriador (que era meu pai já)e ou outro ficava tomando conta das talbas, na sortem o Jiló foi pra cidade, e eu fiquei, dois dias depois, eu já tava preocupado, chegou meu pai.

-Ôa, cuidado boi dos infernos. Vocês perderam a noção do tempo? Resolvi vir buscar vocês porque todo mundo já ta preocupado na cidade, não se fala em outra coisa, por causa da chuva, tem muita cobra pico-de-jaca solta por aí, sem contar, que os salteadores não tão brincando.

-Benção pai,mas faz dois dias, que Jiló foi atrás do senhor, não fomos antes, por que tava esperando o rio baixar, cadê ele?

- Mas Jiló não chegou lá.

-Não?! Não é possível, ele saiu assim que o dia clareou, meu Deus, onde ele foi parar? Deve ter se perdido na mata.


- O que aconteceu vovô?
-Uma tragédia, a besta do Jiló se deparou com uma pico-de-jaca, deve não ter sabido que tinha outras, resolveu matá, aí, uma outra lhe deu o bote por trás,só devem encontramos ele com três mordidas de cobras, ma no pescoço, uma na perna e outra no peito, esse foi meu ultimo dia naquela mata, nesse meio tempo, eu já tinha um bom dinheiro junto, resovi junto com domingas, a mudar de ramo, a família de Jiló, foi embora pra perto do povo deles, e nós continuamos em Algodão, começamos uma plantação de cacau, e, tudo que a gente cponseguia, levava pro depósito de Maneca Libanio.
-Maneca Libanio, quando eu era criança, adorava quando ele ia na sua casa, aliás, toda a meninada de Itamarati, ele distribui dinheiro pra todo mundo.
-Era uma pessoa boa, ele comprava o cacau de todo mundo da região e mandava pra Ilhéus, pra ser exportado, eu depositava meucacau na firma dele, e,sópegava o que precisava, no final do ano, a gente fazia as contas, e ele me pagava o saldo, um dia, eu resolvi comprar a jacuba, era um pedaço bem pequeno, falei com ele, e, ele me emprestou dinheiro, que deu pra eu comprar ainda dá pra Artur comprar o Deus Dará, aquela roça que hoje é do teu pai. Essa terra é tão boa, que logo eu paguei tudo, e, fui comprando terras da região, comprei o Rio do Braço, comprei o Piquiá...
-SE o Deus dará era de Artur, como passou a ser de painho?
Artur achou uma fazendo perto de Itamarati, a que ele tem hoje, e, preciva de dinheiro pra comprar,aí ele me vendeu o Deus dará, e ajuntou com o que ele tinha e comprou lá.
-Mas antes do senhor ser Don o dessas terras todas aqui na jacuba, o senhor não teve roça no Aricangá?
-Sim, foi lá que vivi o começo da minha lavoura, como falei antes, com o dinheiro que ajuntei serrando madeira, comprei umas terrinhas, perto da fazendo de Mané Vermei,plantei os primeiros pezinhos de cacau, uma terra seca, que só tinha laranja cravo, eu trabalhei ainda uns três anos serrando madeira, dentro da mata dessas mesma terra, o dono das terras, era um preguiçoso, ali, eu comecei a fazer fortuna,naquela época, cacau era ouro, e, eu comecei a plantar meu cacauzinho, com três anos de plantado, colhi a primeira safra, não foi muito, pois o cacaueiro ainda era novo e não florava muito, e, o galhos não agüentava os frutos, mas deu mais dinheiro,que as madeiras que derrubava e transformava em talbas, então, eu fui aumentando a plantação, não gastava muito dinheiro, pois domingas era uma mulher trabalhadora, enquanto eu labutava na roça, ela labutava na beira da casa, plantava feijão, andu,mangalô,criava galinha, porco, como seu Ilário era carriador, a gente tinha uns boi, e, tinha também uma vaquinha, por isso,não faltava leite, quando faltava lá em casa, a gente pegava com Mané Vermei. Os meninos nasceram lá no Aricangá, Primeiro foi Vade, Nália, Dió, Jaime, Sí, Rose, Zilda, Nenga, Gringo e Zene. Vade logo casou com Beata, meu filho mais velho, também o primeiro a arrumar mulher, Beata é uma mulher boa, irmã de Artur, mas Vade... não sei não.
-como não sei não?
-Vive se enrolando com as putas, agora, tem essa aí, dois filhos e tirando a paciência de todo mundo, eu tenho que abençoar os meninos, afinal, são meus netos.
-Netinho, Netinho, tem uma história que tu precisa saber. Benção Vovô.
-Agora eu tô ocupado, Vovô ta contando a história da vida dele, tu me conta depois.
-Tudo bem Neto, eu te conto depois, aliás, a gente pode fazer o seguinte, sábado, vemtodo mundo aqui pra casa que eu conto pra todo mundo junto.
-Legal vovô, posso trazer Renivaldo e Rico também?
-Pode sim, as meninas de Lurde também vão vir.
-Tá bom então, sábado a gente vem pra cá.

-Então Carlinho? O que aconteceu de tão importante assim, que tu ta doido pra me contar?
-Rapaz, ontem a gente fui pra um culto na casa de Quilodonia, e os filhos de Zé Lotero foram junto, aqueles dois meninos, parecem o capeta, tu não sabe o que eles aprontaram...
-Quando terminou o culto, sempre tem aquele arroz doce de praxe, que quem oferece o culto faz! Todo mundo de barriga cheia, aquele frio, só tinha dois candeeiro,os dois moleques, vieram atrás do pessoal, quando a gente saiu na rodagem, ninguém sentiu falta dos dois, lá na frente, Alvinho resolveu olhar pra trás...

- Gente o que é aquilo lá atrás?

- O que? Hum? Socorro gente é um fantasma (Gritou Romilda apavorada).

-Fantasma, socorro Jesus(Tia Lourdes).

-E meus filhos? Onde tão,meu Deus, cadê os meninos, cadê eles, Jesus,Salva meus filhos(a mulher de Zé Lotero).


...Os dois capetas, se enrolaram num lençol, e ficaram parecendo um fantasma, no escuro, só se via o branco do lençol, com a gritaria,eles também ficaram com medo,pensando que realmente tinha um fantasma atrás deles, e,como a mãe deles gritava pra Jesus salvar eles, eles pensavam que realmente tinha um fantasma, resultado, todo mundo corria deles, e eles corria do fantasma atrás de todo mundo, muito hilário, e depois? Quando tudo se acertou, foi Bíblia perdida, os peões de Rosalino acordaram naquele fusuê, e a mãe dos moleques falava

-coitado dos meus meninos, eles parecem o filho pródigo, ainda ninguém gosta deles...

-E eu perdi essa, mas foi até melhor, se eu tivesse lá, teria me cagado,aí era que a gozação tava feita, mas eu vou saber mais desse caso,tenho certeza,que tu também se borrou de medo.
-Mas claro,tu precisava ter visto, parecia mesmo um fantasma, e,correndo atrás da gente.
-Mas como descobriram que não era fantasma?
-Quanto mais a gente corria, mais os meninos corriam atrás da gente, aí, teve uma hora que o lençol caiu, foi quando vimos que não era fantasma, mas nesse meio tempo, já tava todo mundo apavorado, foi mesmo uma luta.
-Lembra aquele dia que a gente foi em Santa? Me deu vontade de bater neles, até eles não agüentarem mais.
-Aquele dia, eles passaram dos limites, ontem assustaram a gente por engano, agora imagina, numa mata daquelas, um ir na frente,e o outro ficar atrás da caravana, só pra meter medo nas pessoas, se a gente fizer uma coisa dessas, Nai mata a gente.
-Mas tem aquela coisa,eles são acostumados aqui na roça, tu tem coragem de ficar atrás de todo mundo? Longe e na escuridão? Até pra dormir, tu quer dormir com o candeeiro aceso.
-Deus me livre, já imaginou se tem uma cobra na beira da estrada? Não quero nem pensar... Por falar em cobra, olha lá,na beirada de lá da presa.
-O que? Uma cobra?
-Não, olha aquele tilape, tão grande, que dá uma moqueca pra todo mundo, se eu tivesse um anzol...
-Se tu tivesse um anzol, tu não ia fazer nada, esqueceu que vovô não quer que pesque aqui, e tu nem sabe pescar. Quem Cair por ultimo é mulher de padre.

TCHIBUM

-Assim não vele, pelo menos tira a roupa pra tomar banho.
-Netinho, Carlinho! Nai ta chamando, vai chover e vocês podem ficar doente, e ela falou, que não quer que vcs tomem banho sozinhos na presa,ela tem medo de cobra.
-A gente já vai, só tamos assustando a tilape que a gente viu.
-Vocês sabem que vovô não quer que mecham nos peixes dele.
-Tudo bem, a gente já ta indo embora.